O TGV passou a alta velocidade por Vila Real na passada semana, entre os dias 29 e 31 de Maio. Não em forma de comboio, mas de debate. O ‘Douro TGV’ já se impôs como um momento de elevada importância para a região do Douro e Trás-Os-Montes. Mais do que um evento, são três dias em que se levantam e discutem temas e sectores que mexem com a economia da região: Turismo, Gastronomia e Vinho. A terceira edição levou a bordo uma enorme afluência de pessoas com destino aos Claustros do Palácio do Governo Civil, um dado que reflecte o crescente interesse do público em relação às temáticas abordadas e aos moderadores e intervenientes presentes nos três dias do evento.
Mais do que reunir bons oradores, a organização, a cargo do Régia Douro Park, tem a preocupação de desenhar um programa onde coloca lado a lado os diferentes players de um mesmo sector. Porque só assim se identificam problemas e surgem novas ideias e soluções. Olhando para os painéis deste ano, os temas foram de estreia no panorama nacional. No Turismo olhou-se para Vila Real como uma das portas de entrada para o Douro. É importante que todos os que estão “dentro desta carruagem” acreditem que é D’ouro, abraçando a sua promoção e usufruindo da crescente notoriedade do Douro. No que toca à Gastronomia, conseguiu-se, pela primeira vez, juntar protagonistas das oito carnes DOP Douro e Trás-os-Montes, em debate e à mesa. Se no turismo é importante valorizar-se de dentro para fora, nas carnes, concluiu-se que o futuro só pode ser risonho se a perspectiva for de fora para dentro. O processo deve ter como tónica o cliente, com destaque para o consumidor final, mas também para os chefes, que têm grande potencial na valorização deste produto. No que toca aos vinhos, muito há ainda a fazer, sendo que produtores e instituições nem sempre parecem rumar para o mesmo lado e com o mesmo fim. O sistema está muito burocratizado e as leis obsoletas. Urge rever as regras!
No âmbito do ‘Douro TGV’ realiza-se, também há três anos, o ‘Concurso de Vinhos Douro TGV’, que este ano elegeu, em ex aequo, três brancos e cinco tintos, respectivamente. A selecção dos vencedores foi feita num universo de 90 referências, em que 38 eram brancos e 52 tintos. O júri, composto por 34 membros, é na sua maioria feito de enólogos. A presidi-lo esteve Olga Martins, também ela enóloga de formação.
Ao pódio para representar os brancos vencedores subiram o ‘Meruge 2017’ (Lavradores de Feitoria), o ‘Maria de Lourdes 2017’ (CARM) e o ‘Castelo Negro & Avesso 2018’ (GUAPOS Wine Project). Na lista dos ‘Melhores Tintos’ constam o ‘Fragulho 2016’ (Casa dos Lagares), o ‘Pintas Character 2016’ (Wine & Soul), o ‘Mafarrico A Minha Vinha 2015’ (Álvaro Martinho), o ‘Passadouro Touriga Nacional2016’ (Quinta do Passadouro) e o ‘Anónimo 2015’ (Ávidos Douro).