A Virgem Maria, mãe de Jesus, filho de Deus, remete-nos para o tempo em que as mulheres tiveram o poder. No tempo das cavernas (Jesus nasceu num estábulo e foi colocado numa manjedoura) a vida articulava-se em torno do mistério do nascimento. Nesse tempo serviam-se as mães deusas e não os pais deuses. Foi assim durante milhões de anos. O Matriarcado reinante. Depois os homens rebelaram-se e, por algum tipo de magia social, empregaram a força bruta, derrubando as mulheres. Passaram eles a governar.
O tempo foi andando, os reis passaram o poder de pais para filhos e o Matriarcado foi esquecido.
Houve, no entanto, pelo menos uma exceção: os Icenos, em Colchester (Grã-Bretanha), a quem foi permitida alguma independência pelas tropas romanas ocupantes. Mesmo assim, Roma proibiu Boadiceia, a rainha dos Icenos, de passar a sua coroa às filhas, em vez de aos filhos. Boadiceia, como rainha, queixou-se. Violaram-na a ela e às filhas, como forma de desprezo.
Foi um erro colossal, pois a rainha reuniu os Icenos e, uivando como uma loba às suas deusas mães, prometeu vingança e incendiou totalmente Londres. Segundo os historiadores, Boadiceia deixou as valetas empilhadas de cabeças fumegantes e um rasto de cinza, testemunhada por uma veia escura e fria nas estruturas geológicas de Londres, como símbolo da ira de uma mulher.
Muitos séculos se passaram e, como símbolo da supremacia do patriarcado, surgiu a Maçonaria, espalhando nas grandes cidades do mundo ocidental (Londres, Roma, Paris, Washington e Nova Iorque), obeliscos em certos pontos, cientes do seu significado.
O mundo da Maçonaria tem muitos habitantes e muitos campos de influência. É frequente ouvir-se dizer, e com razão, que a melhor maneira de um homem avançar na vida é juntar-se aos Maçons. De facto, os Maçons mandam no Estado, nas finanças, nas instituições de ensino e nos partidos, sobretudo no PS e no PSD.
Os Maçons-Livres dizem descender da Atlântida, Éden e de um suposto Caos Primordial. Tudo isso é falso. A ordem que se mantém até hoje não recua mais do que ao século XVIII. Anteriormente era apenas uma humilde guilda de artesãos, com alguma influência de aristocratas e intelectuais que, por mais nada terem que fazer, se dedicaram a procurar emoções fortes, juntando-se e identificando-se através de apertos de mão, rituais e juramentos, sem um verdadeiro significado.
Verdade seja dita, nem todos os que se juntaram à Maçonaria eram meros diletantes. Alguns foram gigantes intelectuais, buscadores da sabedoria oculta, empenhados em continuarem as obras antigas.
Os Maçons afirmam descender dos arquitetos Dionisíacos, supostamente os Mestres-Artesãos da Atlântida, que sobreviveram ao declínio do Continente. Eles percorreram o globo e colheram os seus mistérios, construindo maravilhas pelos sítios onde passaram: o Templo de Salomão, as Pirâmides, o Templo de Diana em Éfeso, etc.
Os Dionisíacos infiltraram a cultura Micénica. Há símbolos micénicos gravados em Stonehenge. Pensa-se que foram eles que ajudaram a desenhar aquele antigo Altar Solar, onde os Druidas, em tempos, fizeram sacrifícios.
Sempre o Sol.
Cristo é claramente o mais recente disfarce do Deus Sol, uma encarnação apropriada para os tempos modernos.
O Natal, o seu dia mais festivo, coincide com o Solstício de inverno, quando o Sol hibernado começa, por fim, o seu lento acordar.
Outra coincidência tem a ver com o facto de ele ter sido sepultado numa tumba e depois ressuscitar precisamente no Solstício da primavera, o retorno da luz e da vida.
Cristo, deste ponto de vista, é o Sol de Deus, o seu pai, a imagética que permeia os hinos que se entoam frequentemente nas igrejas.
Até os apóstolos, nos quadros expostos nos museus, são marcados com um disco solar ao redor da cabeça.
- Paulo, na I Carta aos Coríntios 3-10 diz: “Eu como sábio arquiteto, assentei o alicerce, mas outro edifica sobre ele.”
Tudo isto, e muito mais, aprendi lendo o livro de BD, Do Inferno, da autoria de Alan Moore e Eddie Campbell.
E ainda há quem tenha a distinta lata de afirmar que a BD é para crianças.